A possibilidade de um "movimento cineclubista" - e talvez devesse ser percebido assim mesmo, como uma invasão de interessados, como numa luta por uma causa em comum -, que existe há mais tempo que as nossas vidas, acendeu em nós a vontade de construir algo parecido em nosso habitat acadêmico, no qual, por vezes, passamos mais tempo que em nossas próprias casas e que, por isso mesmo, acaba-se construindo laços e se despertando a necessidade de se trançar um de sentimento de lugar, de escavação do espaço, de transformação. Uma tentativa de tornar o espaço um meio.
Acreditamos que esse espaço - aberto e livre - tenha o poder de transformação cultural, social e de percepção de mundo, construindo concepções além das que já existem nas vidas dos participantes, numa efetiva troca de percepções.
A partir da linguagem, da forma do discurso, das inquietações e observações apontadas - o debate -, além de reunir as mais variadas ideias e visões de mundo, numa troca que por si só se faz rica, conseguimos ver no espaço do cineclubismo uma abertura, ainda, ao enxergar para novas realidades possíveis.
O âmbito do cinema vem, para nós, não a partir da especialidade, mas do amadorismo e da vontade de descobrir o mundo fantástico que existe por trás da sétima arte, em suas formas, sua influência. E queremos que isso fique bem esclarecido. A busca é pela discussão, em conjunto, sobre a realidade projetada - literalmente - nessa obra de arte e como ela dialoga com a nossa sociedade e com o eu-mesmo, o individual, que essencialmente, assim dizia um filósofo clássico, se manifesta e se realiza na coletividade. Assim como a realização do cinema, vejam só!
Um conjunto de sensações, de subjetividades: de vidas.
"Os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo" - e vice-versa.
Descubramos variados mundos, então!
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